Final do modo Story:
A história do jogo segue a do anime, por si só uma adaptação que toma muitas liberdades com os personagens do arcade original - por exemplo, Akira deixa de ser um personagem-Ryu (dedicado à arte marcial e ao aprendizado) para virar um típico protagonista shonen folgado, comilão e meio abestalhado. O jogo se difere de sua versão original de GG por perder o "zoom" (tanto o automático quanto o selecionável) que transformava os personagens em objetos pixelados gigantes na tela quando se aproximavam. A jogabilidade é relativamente boa, ainda que em um passo meio lento, e os comandos são bem diretos, quase que versões dos golpes originais do arcade (dois para frente e soco, cima e soco, soco baixo chute e por aí vai), com cada personagem tendo um número variado de golpes especiais que saem com relativa facilidade, perto de outros títulos de luta do console - sim, Masters of Combat, foi uma indireta Aliás, por conta desse tipo de comando e o tamanho dos personagens, ele me recorda um pouco do The Kung Fu do PC Engine, pode ter rolado certa inspiração dele aqui...
O jogo tem basicamente dois modos, o Story e o Vs. CPU/Vs Player 2. No primeiro, você tem pedaços (meio grandinhos, mas felizmente aceleráveis/puláveis) de história entre as lutas. Você começa jogando com Akira, aí encontra um personagem, luta contra ele por alguma razão da história e a trama avança. Ao aparecer outro adversário, você tem a opção de selecionar entre o protagonista original e também os adversários derrotados (em dois casos específicos você precisa vencê-los duas vezes por conta dos eventos desencadeados, mas são exceções). Caso perca uma luta, você pode continuar com outro personagem dos selecionáveis para tentar derrotar o adversário; feito isso, o seu personagem que perdeu a primeira batalha volta a ser selecionável no estágio seguinte. Isso se repete até a chefe final, que imagino que todo fã de VF conheça.
Já o VS. CPU é basicamente o modo Story sem história Você escolhe um lutador e vai com ele contra todos os adversários na mesma sequência do modo principal, incluindo um até então inédito mirror match, até zerar. Recomendado para quem não vá ter paciência em ver as historinhas todas de novo (leia-se eu e o resto da humanidade). Caso você aperte 1/Start na tela inicial com o segundo controle, esse modo passa a ser uma disputa entre dois jogadores, sempre voltado à tela de seleção após o fim de uma batalha. Simples que só, direto ao ponto como deve ser.
Agora, o problema: o jogo é desgraçadamente fácil. Você meio que precisa querer perder para consegui-lo, entende? Eu o terminei de primeira sem perder um round que fosse... Isso se dá principalmente porque o jogo sofre daquilo que eu costumo chamar de Complexo de Cell em homenagem ao Dragon Ball Z de Mega. Se você por exemplo ignorar os outros personagens e ficar só com o Akira, dá para vencer TODOS os personagens, TODOS mesmo, usando apenas o golpe frente frente chute chute, que como a descrição dá a entender é uma corridinha seguida de duas belas pernadas na cara do adversário. Caso a primeira acerte, ele vai longe. Caso as duas acertem, ele vai ainda mais alto e longe (além de um quarto da energia ir embora). Com umas três dessas, dá para jogar o adversário - que quase nunca defende - para fora do ringue e ganhar o round em exatos seis segundos. Não tô exagerando. Qualquer coisa que envolva chutes de qualquer personagem vai ter o mesmo efeito.
Em resumo: vale a pena jogá-lo para conhecer um título meio obscuro do console, ainda que seja curto e repetitivo. É um jogo que proporcionaria algumas tardes divertidas na época, eu acho
P.S.1: Pérola do manual: "o pai de Pai"
P.S.2: aproveitei para jogar Running Battle também e estou escrevendo um review POLÊMICO sobre ele, aguardem.
P.S.3: velho, o que diabos (sempre) acontece com o terceiro adversário de Masters of Combat? Baixa o Kratos versão berserk no personagem, independente de qual seja? Coisa doida...